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Pesquisa aponta que 2 em cada 10 mulheres já foram ameaçadas por companheiros

Pesquisa aponta que 2 em cada 10 mulheres já foram ameaçadas por companheiros


No Brasil, 21% das mulheres já foram ameaçadas de morte por parceiro/namorado, o que representa que duas em cada 10 brasileiras já foram ameaçadas de morte por parceiro ou ex. Já 18% afirmaram que já foram ameaçadas de morte por algum ex-parceiro ou namorado; e 3% já sofreram ameaças de mais de um parceiro/namorado.

Considerando o recorte por raça/cor, enquanto a incidência em mulheres brancas foi de 16%, no grupo de mulheres negras foi de 26%, isto é, 10% a mais.

Estes são dados da pesquisa “Medo, ameaça e risco: percepções e vivências das mulheres sobre violência doméstica e feminicídio”, realizada pelo Instituto Patrícia Galvão e Consulting do Brasil, com apoio do Ministério das Mulheres. Foram entrevistadas por meio de questionário online 1.353 mulheres com 18 anos de idade ou mais, entre 23 e 30 de outubro de 2024.

O estudo estima que quase 17 milhões de brasileiras já viveram ou vivem em situação de risco de feminicídio. E mesmo para as mulheres que não enfrentaram o risco de serem vítimas de um feminicídio, esse tipo de violência está por perto: 6 em cada 10 brasileiras (61%) conhecem ao menos uma mulher que já foi ameaçada de morte pelo atual ou ex-parceiro ou namorado.

Das mulheres que foram ameaçadas, 44% delas sentiram muito medo de serem mortas quando passaram por essa situação, sendo que 37% denunciaram à polícia.

Já em relação a cada grupo de entrevistadas, por recorte de cor/raça, percebe-se que praticamente o dobro das mulheres pretas terminam mais o relacionamento (19%) em relação às mulheres brancas (10%).

Já em relação ao recorte por raça/cor, os dados mostram que 6% das mulheres brancas, quando ameaçadas, denunciam à polícia, ao passo que 13% das mulheres pretas fazem a denúncia.

Para 9 em cada 10 entrevistadas, todo feminicídio pode ser evitado se a mulher receber proteção do Estado e da sociedade. Mas a ampla maioria das entrevistadas considera que de nada vale a mulher ter uma medida protetiva se o agressor não respeita essa ordem e nem a polícia garante sua segurança.

A ampla maioria das entrevistadas concorda que se as mulheres ameaçadas de morte contassem com o apoio do Estado se sentiriam mais seguras para denunciar: 75% das mulheres brancas acreditam na importância do apoio do Estado (polícia, justiça) x 82% das mulheres pretas (considerando a quantidade de respondentes em cada grupo).

Porém, 8 em cada 10 entrevistadas concordam que a polícia não leva a sério uma denúncia de ameaça e nem o risco que a mulher corre.