Lançado em janeiro de 2024, o programa Nova Indústria Brasil (NIB) tem como objetivos estimular o setor industrial com foco no desenvolvimento produtivo e tecnológico, ampliar a competitividade da indústria brasileira, nortear o investimento, promover melhores empregos e impulsionar a presença qualificada do país no mercado internacional. O programa prevê investimentos de R$ 300 bilhões até 2026. Conforme dados preliminares do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), foram liberados R$ 70 bilhões até o final de maio.
O Nova Indústria Brasil é guiado por metas relacionadas a seis missões, todas submetidas à aprovação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), reativado em 2023 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na missão 1 (cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais), por exemplo, uma das metas é aumentar a mecanização dos estabelecimentos de agricultura familiar dos atuais 18% para 70%. O fortalecimento dessa cadeira contribuirá, segundo o governo, com a garantia da segurança alimentar e nutricional dos brasileiros. Outra meta da missão é que 95% de máquinas e equipamentos utilizados sejam produzidos nacionalmente.
Entre as prioridades relacionadas à missão 1 estão a fabricação de equipamentos para agricultura de precisão e de máquinas agrícolas para a grande produção e a ampliação da capacidade produtiva da agricultura familiar para a produção de alimentos saudáveis. Nos seis primeiros meses da safra 2023/2024, segundo dados do MDIC, o programa Mais Alimentos liberou R$ 11,8 bilhões para a aquisição de equipamentos pela agricultura familiar.
A missão 2 (área da saúde), por sua vez, busca ampliar a participação da produção no país de 42% para 70% das necessidades nacionais em medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos.
Já a missão 3 (infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis) objetiva reduzir em 20% o tempo de deslocamento das pessoas de casa para o trabalho — atualmente a média é de 4,8 horas semanais no país, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nessa mesma missão, o programa propõe ampliar em 25 pontos percentuais a participação da produção brasileira na cadeia de transporte público sustentável. Hoje, a participação nacional representa 59% da cadeia de ônibus elétricos, por exemplo. O foco dessa missão, segundo o MDIC, recairá sobre eletromobilidade, cadeia produtiva da bateria, indústria metroferroviária e construção civil digital e de baixo carbono.
A missão 4 (transformação digital da indústria) propõe tornar a indústria mais moderna e disruptiva. Uma das metas é elevar a digitalização nas empresas industriais brasileiras dos atuais 23,5% para 90% e triplicar a participação da produção nacional nos segmentos de novas tecnologias. Entre as prioridades do governo nessa área está investir na Indústria 4.0, no desenvolvimento de produtos digitais e na produção nacional de semicondutores.
A missão 5 (bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas) pretende ampliar em 50% a participação de biocombustíveis na matriz energética de transportes.
Atualmente, os combustíveis verdes representam 21,4% dessa matriz. Outros objetivos são aumentar o uso da biodiversidade pela indústria e reduzir em 30% a emissão de carbono. Para a transformação ecológica na indústria, segundo o MDIC, é área prioritária a produção de bioenergia e de equipamentos para geração de energia renovável.
Por fim, a missão 6 (tecnologias de interesse para a soberania e a defesa nacionais) visa obter autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas para a defesa nacional. Conforme o MDIC, as prioridades são energia nuclear, sistemas de comunicação e sensoriamento, sistemas de propulsão e veículos autônomos e remotamente controlados.
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