Economia

Empresas com sócios jovens cresceram 8% entre 2022 e 2023

Empresas com sócios jovens cresceram 8% entre 2022 e 2023


As empresas que têm pelo menos um sócio com idade entre 21 e 40 anos criaram mais empregos formais do que empresas fora desse perfil, de acordo com levantamento feito pelo Observatório Nacional da Indústria, hub de dados e inteligência da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL). O estudo foi feito entre 2022 e 2023 e é um retrato do empreendedorismo industrial no Brasil.

O destaque foi exatamente essa relação entre crescimento, criação de mais empregos, e o perfil dos novos líderes: empresas com sócios jovens tiveram crescimento de 8,1%, enquanto as que não têm novos líderes no quadro de sócios cresceram 3% no mesmo período.

O levantamento foi divulgado nesta quarta-feira (27), no Encontro Nacional da Indústria (ENAI), e traz dados inéditos sobre o empreendedorismo na indústria brasileira e o perfil dos empresários do setor. Os dados mostram também que os novos líderes já representam uma parcela relevante do total de empreendedores na indústria.

E essas novas lideranças podem exercer um papel importante na promoção dos negócios na indústria, contribuindo para o fortalecimento do setor e produzindo um impacto social positivo por meio da criação de emprego e renda.

O superintendente do IEL, Paulo Mol, destaca que o estudo é uma ferramenta essencial de inteligência para subsidiar ações voltadas para o fortalecimento do empreendedorismo no setor industrial.


“Compreender o cenário do empreendedorismo é fundamental para apoiar o processo de transição das lideranças industriais para as novas gerações de empreendedores, garantindo a longevidade das empresas do setor”, afirma Paulo Mól.


O maior crescimento em empresas que contam com novas lideranças também foi observado nos maiores setores industriais.

Crescimento do emprego formal nas empresas com e sem novos líderes, nos 10 setores industriais com maior número de trabalhadores

Participação das gerações no total de sócios (em %)

Metodologia do estudo

O relatório é baseado em uma análise sobre empresas brasileiras. Ele utiliza os dados do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), disponibilizado pela Receita Federal, e do Registro Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego, para mapear as empresas e seus sócios.

Com essas fontes foi construída uma base de sociedades que relaciona sócios e empresas. O processo de qualificação dos dados buscou selecionar somente empresas ativas, com pelo menos um trabalhador formal e caracterizadas como entidades empresariais de direito privado.


“Esses dados permitem construir um retrato do empreendedorismo no Brasil, contribuindo para a identificação de desafios e oportunidades na promoção da atividade econômica, especialmente para o setor industrial”, explica a especialista em Desenvolvimento Industrial do Observatório Nacional da Indústria e líder técnica do estudo, Anaely Machado.


Como resultado, obteve-se uma base com cerca de 2,1 milhões de empresas e 3,8 milhões de sócios, representando a atividade privada em diversos setores econômicos. Essa base abrange 34,8 milhões de empregos formais nos setores de indústria, comércio e serviços referente ao ano de 2023. Isso representa 78,3% do total de empregos formais na economia e 85,5% do setor industrial.

Jovens líderes industriais é tema debatido na mesa-redonda do ENAI!

Na segunda mesa-redonda do Encontro Nacional da Indústria (ENAI), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) lançou o movimento Novos Líderes Industriais, com o objetivo de promover o debate estratégico sobre a preparação de sucessores para lideranças no setor.

O superintendente do IEL, Paulo Mól, apresentou a iniciativa e divulgou um levantamento de dados sobre o perfil do empreendedor industrial brasileiro, elaborado pelo Observatório Nacional da Indústria em parceria com o IEL. Na sequência, a coordenadora nacional da iniciativa Novos Líderes Industriais, Diana Castro, conduziu uma discussão sobre o tema com o vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Léo de Castro, e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe. Ao final, foi realizada a leitura do manifesto do movimento.

FIEPB