O empresário e presidente do Sindicato dos Bares, Restaurantes, Hotéis e Similares de Campina Grande (SindCampina), Divaildo Júnior, expressou sua preocupação em relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que sugere mudanças na escala de trabalho, passando do sistema 6×1 para uma carga horária reduzida.
Ele destacou que, apesar das intenções positivas da medida, os impactos no setor de turismo e alimentação podem ser severos, com elevações significativas de custos e desafios de contratação para as empresas do segmento.
Segundo Divaildo, uma redução na carga horária implicaria em aumento direto nos custos para os empresários, que terão que arcar com a necessidade de contratar mais funcionários para manter a operação nos mesmos padrões.
“Nessas tratativas não cabe ideologia, cabe uma conta simples, básica. Se você reduzir a carga horária em 33% e manter o nível do salário, o custo do trabalhador para a empresa aumenta no mínimo em 33%”, afirmou. Ele apontou que a proposta traz dificuldades para as empresas, que, em sua maioria, não têm capacidade financeira para absorver novas contratações sem impactos no fluxo de caixa.
Divaildo também destacou a necessidade de olhar para o setor de turismo, em especial o de hospedagem e alimentação, que precisa funcionar durante o fim da semana, inclusive aos domingos, para atender a demanda dos visitantes.
“Como é que as empresas, 100% das empresas de hospedagem e alimentação, vão fazer uma escala de trabalho que contempla a folga do domingo de todos os trabalhadores? Com essa carga horária reduzida, temos que fazer o remanejamento diário”, questionou.
O empresário defendeu a importância do diálogo e da negociação ao tratar de medidas que impactem o setor, alertando para os riscos de um efeito contrário aos interesses dos trabalhadores e empregados.
“Aqui não tem ninguém querendo caçar o direito do trabalhador, nem querendo sobrevalorizar o direito da empresa. A gente quer o meio-termo, a gente quer conversar, a gente quer mostrar como é que essas coisas funcionam na prática”, declarou.
Divaildo destacou que já foi convocado pelo presidente Alexandre, da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação, para contribuir com as negociações, representando os interesses dos empresários locais e regionais.
O empresário finalizou a entrevista frisando a importância de uma solução equilibrada: “Muitas cabeças, sem ideologia, trabalhando no papel, fazendo contas para chegar a uma solução que contemple os dois lados. Eu sempre serei a favor daquela solução do meio-termo, que atenda tanto um quanto outro.
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