O dólar opera em alta nesta quarta-feira (19), e já bateu o nível dos R$ 5,45 nas primeiras horas de pregão, enquanto investidores aguardam pela reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC).
A expectativa é que o Copom mantenha a Selic, taxa básica de juros, inalterada em 10,50% ao ano, em um momento em que a inflação volta a acelerar no país, puxada por alimentos e dólar alto.
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Dólar
Às 10h45, o dólar subia 0,65%, cotado a R$ 5,4686. Na máxima do dia, já bateu R$ 5,4701. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 0,22%, cotada a R$ 5,4335. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,4444. Com o resultado, segue no nível mais alto desde 4 de janeiro de 2023, quando encerrou o dia em R$ 5,4523.
Com o resultado, acumulou altas de:
- 0,96% na semana;
- 3,51% no mês;
- 11,97% no ano.
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,43%, aos 119.113 pontos.
Na véspera, o índice fechou com alta de 0,41%, aos 119.630 pontos.
Com o resultado, acumulou quedas de:
- 0,03% na semana;
- 2,02% no mês;
- 10,85% no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
O grande destaque do dia fica com a reunião do Copom. A expectativa geral é que o BC mantenha os juros em 10,50% ao ano, mas o mercado aguarda mais detalhes que serão divulgados no comunicado da instituição após o encontro.
Investidores ainda repercutem declarações feitas ontem pelo presidente Lula, em que voltou a criticar a postura do BC em relação aos juros, afirmando que o país não precisa de uma taxa elevada.
“Temos situação que não necessita essa taxa de juros. Taxa proibitiva de investimento no setor produtivo. É preciso baixar a taxa de juros compatível com a inflação. Inflação está controlada. Vamos trabalhar em cima do real”, completou.
Lula disse que o BC é a “única coisa desajustada” no Brasil e que o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, “trabalha para prejudicar o país”.
“Só temos uma coisa desajustada neste país: é o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada. Presidente que tem lado político, que trabalha para prejudicar o país. Não tem explicação a taxa de juros estar como está”, afirmou Lula, em entrevista à Rádio CBN.
Sobre o presidente do BC, Lula disse que Roberto Campos Neto tem pretensões políticas e sugeriu que ele pode assumir um cargo no Governo do Estado de São Paulo quando seu mandato acabar: “A quem esse rapaz é submetido? Como vai a festa em SP quase assumindo candidatura a cargo no governo de SP? Cadê a economia dele?”, questionou.
Vale lembrar que o mandato de Campos Neto acaba em 2024 e que, desde 2021, a legislação brasileira determina a autonomia do BC, que deve tomar suas decisões sem interferência política. No entanto, Lula afirmou que vai indicar para a presidência da instituição alguém com “compromisso com o crescimento do país”.
A legislação determina que o presidente e os diretores do BC terão mandatos de 4 anos não coincidentes com a presidência da República – um novo presidente assume o BC, então, no terceiro ano de mandato de cada presidente da República.
Cabe ao presidente da república indicar nomes para o comando do BC, mas estes só serão aprovados com aval do Senado Federal.