Paraíba

Ato de Romero Martins é visto como retaliação política e perseguição familiar em Montadas

Ato de Romero Martins é visto como retaliação política e perseguição familiar em Montadas


O prefeito recém-empossado de Montadas, José Romero Martins dos Santos, está no centro de uma polêmica após revogar o Decreto Municipal nº 799/2024, que havia desapropriado um terreno pertencente à sua irmã, Maria de Fátima Martins Avelino. A medida gerou reações negativas na cidade, sendo interpretada como uma tentativa de prejudicar a própria irmã para atingir politicamente o sobrinho, o ex-prefeito Cássio Martins Avelino.

A desapropriação original foi realizada pelo ex-prefeito Jonas de Souza, com o objetivo de melhorar a mobilidade urbana em uma área ocupada por famílias de baixa renda. A intervenção permitiria que a Rua Pilar da Conceição tivesse acesso direto à Rua Liberato da Silva, evitando que se tornasse uma rua sem saída.

Conflito Familiar e Político

Maria de Fátima é mãe de Cássio Avelino, ex-vice-prefeito e opositor político de Romero Martins, o que levantou suspeitas de que a revogação do decreto seria uma forma de retaliação. Durante a campanha, Romero Martins utilizou o slogan “Para cuidar de todos”, mas a medida foi vista por muitos como um ato de perseguição pessoal que contradiz suas promessas eleitorais.

A via em questão já havia começado a ser aberta por Edmilson Avelino, marido falecido de Maria de Fátima, em parceria com a Prefeitura. O processo de desapropriação e o pagamento da área foram concluídos pelo município, algo que, segundo moradores, parece ter sido ignorado pelo atual prefeito.

“É um retrocesso. Ainda bem que a desapropriação foi paga. Romero não pensou nos mais pobres e está cheio de vingança. Têm casas ali que você só alcança de helicóptero se a rua não for aberta”, disse um morador que preferiu não se identificar, temendo represálias.

Impactos na Mobilidade e no Interesse Público

A revogação do decreto transformará a Rua Pilar da Conceição em uma via sem saída, dificultando o trânsito local e o acesso de veículos de emergência. Para muitos, a decisão vai na contramão do interesse público e marca uma diferença gritante com gestões passadas.

Em 2006, por exemplo, durante o mandato do então prefeito José de Arimatéia Souza, a desapropriação de terras da família Martins garantiu a abertura de vias importantes e a construção de moradias. Apesar de divergências políticas, o interesse coletivo prevaleceu naquela época, em contraste com os atos iniciais de Romero Martins.

Justificativa Oficial e Repercussão

No Decreto Nº 02/2024, Romero Martins argumentou que a revogação busca “reavaliar cuidadosamente as políticas e diretrizes em vigor”, ajustando-as às prioridades de sua gestão. Ele também destacou a autonomia da administração para realinhar estratégias de governo. No entanto, moradores e analistas questionam se o ato atende de fato aos interesses da população ou reflete questões pessoais.

Se Liga PB